Afinal em que ficamos
05/07/2018 14:28:00
Mais um ano, afinal não é só em Portugal que acontecem
incêndios florestais. Nas televisões vimos nos últimos dias que isso se está a
passar também outra vez na Califórnia, nos Estados Unidos da América.
Dá para perceber que andam lá à nora e não têm pejo em dizer
que está decidido o estado de emergência e que o fogo está descontrolado.
Será que a questão é mesmo complicada e que só quando é na
terra dos outros, cá na nossa, é que os técnicos americanos vêm ensinar-nos e
dizer o que fazer e apontam soluções mágicas? Só não percebemos é por que essas
soluções não dão na terra deles.
Enfim, por lá já evacuaram mais de 3 mil pessoas, arderam
muitos milhares de hectares e no ano passado arderam 559 mil hectares, morreram
46 pessoas e foram destruídos mais de 10 mil edifícios e estruturas.
À partida tudo aquilo que pudermos aprender com os outros,
sejam quem for, será sempre bom. Agora, aprender com quem afinal lá na sua
terra não dá conta do recado é que não me parece bem. Já cá vieram espanhóis,
dizem-me que a seguir vêm australianos. Cá estaremos para ouvir o que têm para dizer.
Para já, quer na Austrália, quer em Espanha a realidade é bem diferente da
nossa. Lá, o pinga lume é usado e abusado sem grande perigo por que há muitas
zonas sem populações. Aliás, dizem que já andámos a apagar os fogos que eles
vieram para cá atear com o pinga lume sem os cuidados devidos. Afinal em que
ficamos, aprendemos ou ensinamos?!
Agora Portugal e Espanha entenderam-se e passa a ser
possível cada um intervir em socorro na terra do outro até 25 quilómetros
quando antes era até 5
quilómetros, sem comunicação oficial superior. Ora bem,
é bom que fique no papel, mas em abono da verdade há muito que andamos isso
muitas vezes para ajudar os vizinhos e era bom que se dissesse isso.